Vida ativa em lar: Maria do Almotão

Por Sónia Domingues , 15 de Novembro de 2021 Idosos


A segurança das instalações e a tranquilidade em saber que ao toque de uma campainha, uma auxiliar está perto do idoso, são algumas das vantagens de uma vida em lar. Para o idoso que não quer ou não pode estar sozinho, a opção de ficar a morar em habitação própria ou com familiares, pode não ser a mais viável. 

Na habitação própria, mesmo que opte pela contratação de um auxiliar, as próprias instalações podem não ser adequadas a nível de segurança dos equipamentos. Se a opção for ficar com familiares, estes que estarão integrados na vida ativa, poderão ter de passar fora a maior parte do dia, o que significa um claro risco para o idoso, que fica só. Este é o caso de Maria do Almotão, que optou por ir morar para uma residência sénior, por uma questão de segurança, tranquilidade e também de companhia adequada.


Tendo optado por ir morar para uma residência sénior, por uma questão de segurança, tranquilidade e também de companhia, Maria do Almotão diz sem hesitar que gosta «de cá estar».



Nascida em Idanha-a-Nova há oitenta e cinco anos, trabalhou no campo toda a  sua vida, casou aos vinte e dois anos e teve duas filhas. Quando ficou viúva, foi morar para casa de uma das filhas, em Lisboa. Mas, precisando de um apoio permanente, a opção foi ingressar num lar, a Casa Azul - Residência para Idosos, onde vive há já alguns anos. Entrevistada pelo Lares Online, Maria diz sem hesitar que gosta «de cá estar».



A importância da amizade e do apoio constante


Foi difícil adaptar-se ao lar?

Sra Maria do Almotão: Não! Somos todas muito amigas, muito unidas, é muito bom. Gosto muito de cá estar e agora só somos mulheres. Já estiveram cá homens, mas agora não, somos só mulheres. A mais velha é uma senhora que tem 104 anos. Ela é engraçada... quando estamos a almoçar, ela começa a comer as nossas sobremesas. E nós dizemos: "isso é meu!" E ela diz: "era só para provar!"


Não foi difícil adaptar-me ao lar, somos todas muito próximas, muito amigas. Gosto muito de cá estar e agora só somos mulheres.



E quais são as diferenças entre viver em casa e viver no lar?


As atividades que preenchem os dias


Fazem atividades especiais no lar?

Sra Maria do Almotão: Fazemos muitas festas, quando é para o natal, para os anos. Vêm cá convidados. Há umas semanas fizemos aqui uma festa, veio cá uma senhora... já não sei como ela se chama, que cantava ópera e depois partilhámos muitos bolinhos. Eu gosto destas festas, só que não posso andar só com os meus pés, tenho que andar de canadianas ou cadeira de rodas.

Muitas festas, no Natal, nos anos... com convidados e tudo! Depois partilhamos bolinhos. 



E no dia-a-dia?

Sra Maria do Almotão: Fazemos jogos ao domingo, e durante a semana, pintamos, cantamos, fazemos ginástica, vem cá uma senhora ajudar-me com exercícios específicos e com a psicóloga fazemos joguinhos para rirmos [terapia do riso]. Um dia destes, a psicóloga trouxe cá a filha dela, e foi uma alegria! Antes da pandemia, eu saía muitas vezes da residência, com as minhas filhas e a minha neta. Agora vêm-me visitar, mas só podem estar à porta do lar.

Fazemos jogos ao domingo, e durante a semana pintamos, cantamos... e rimos 
[terapia do riso].



Ouvimos dizer que tinha uma arte muito apurada em renda...

Sra Maria do Almotão: Fazia renda, muitas colchas bonitas, muitas toalhas bonitas, só queria que vissem! Deixei de fazer aqui no lar porque se fizer para uma pessoa tenho que fazer para todas! (risos)


O lar está a organizar uma exposição para mostrar o meu trabalho, porque é muito elaborado e feito com perfeição. 



Maria do Almotão sente-se segura na sua residência. Na Casa Azul, o vírus não chegou a entrar, até à data. Sente-se segura, calma e feliz, porque é tratada «nas palminhas», tem assegurado o tratamento médico e de enfermagem de que necessita diariamente. As suas filhas e neta visitam-na regularmente, e também tem um grupo unido de amigas residentes neste lar. Tudo para viver a sua terceira idade com tranquilidade e segurança. 



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