Covid-19: As visitas para integração de idosos em lares não foram proibidas
Por Daniel Carvalho , 11 de Março de 2020 Notícias
Cresce diariamente o número pessoas infetadas com o coronavírus que potencia a Covid-19 na Europa. A par do cidadão comum, também as empresas se mostram confusas em relação às medidas a adotar. Entre todas as comunicações lançadas pela Direção-geral de Saúde às empresas, destaca-se o aconselhamento da criação de um plano de contingência e de um quadro de regras de higiene obrigatórias.
A dificuldade começa aqui. Criar um plano de contingência, por si, não é uma tarefa fácil. Exige tempo de pesquisa, triagem de informação e, sobretudo, capacidade de colocar em prática o conjunto de normas selecionadas, consoante as caraterísticas e o meio onde se insere a organização. Não é algo que se faça à pressão.
A par deste fenómeno acresce que cerca de 99,9% (segundo dados do PORDATA relativos a 2017) do tecido empresarial português corresponde a pequenas e médias empresas (PME’s), onde se insere grande parte dos lares de idosos. Quer isto dizer que, em muitos casos, faltam os recursos humanos e materiais para se conseguir colocar em prática o plano de contingência.
A falta de meios para fazer cumprir as ordens governamentais pode levar à tomada de medidas drásticas, como o cancelamento irrefletido de visitas imprescindíveis para a admissão de utentes.
Medidas como esta não têm necessariamente de ser tomadas nesta fase da situação. É preciso ter em conta que, até à data de hoje, ainda não foi publicada nenhuma proibição correspondente ao normal funcionamento das atividades profissionais dos lares de idosos.
A ordem de proibição de visitas na região Norte é válida apenas para visitas dos familiares de idosos já residentes na instituição.
Num estado de epidemia instalada, é importante perceber que os lares são uma das principais opções dos hospitais naquilo que é a garantia de camas disponíveis para o tratamento de futuros infectados. Ora, tendo isto em conta, é fundamental para os lares garantirem a continuidade de admissão de novos utentes.
Para tal acontecer, é necessário ser exímio na definição e, posterior, cumprimento das normas de segurança e higiene do pré, durante e pós-visita.
Como se devem efetuar visitas para admissão de idosos?
Reduzir ao máximo o número de intervenientes na visita ao lar
Mais do que o familiar, é fundamental para o lar definir um responsável de visita, que esteja devidamente informado acerca de todos os procedimentos a cumprir. Desta forma, é garantido o menor número de pessoas envolvidas, mantendo apenas os decisores de ambas as partes.
Disponibilizar equipamentos e produtos para a desinfeção
Evitar o toque durante o período da visita
Estas duas medidas não invalidam, ainda assim, a limpeza frequente de todas as superfícies e equipamentos de contacto, nomeadamente portas, cadeiras, secretárias, entre outros.
Visitas por marcação e de curta duração
As admissões de idosos em lares não foram proibidas
Este artigo serve precisamente para esclarecer famílias e profissionais desta atividade, no estado de pleno caos de informação em que nos encontramos. As informações apresentadas têm como base todas as informações publicadas pela Direção-Geral de Saúde.Em virtude da quantidade de casos de Covid-19 na zona norte do país, há lares de idosos que optaram por suspender parte das suas atividades profissionais, incluindo a admissão de novos utentes, talvez porque não compreenderam a informação relativamente às visitas.
De forma a esclarecer esta situação, entrámos em contacto com o Centro Distrital de Aveiro do Instituto da Segurança Social, I.P, responsável por mediar a comunicação entre a DGS e as instituições na zona Norte. Todas as interpretações erradas foram claramente esclarecidas:
As visitas para admissão em lar não foram proibidas em momento algum, devendo sempre seguir as normas de higienização definidas pela DGS.
Diretores técnicos, colaboradores, profissionais de saúde, técnicos de manutenção e todos os outros intervenientes devem continuar as suas atividades profissionais, de forma a assegurar o normal funcionamento do lar.