Contornar o medo de abandono na ida para lar

Por Sónia Domingues , 22 de Outubro de 2021 Lares e Residências


​A mudança para um lar pode trazer ao de cima algumas inseguranças do idoso. O isolamento social é um dos grandes receios da pessoa idosa, que demonstra alguma apreensão na mudança para a nova residência. O idoso pode experienciar angústia e receio em ficar sozinho, abandonado pela sua família e amigos mais próximos.



O medo de abandono no idoso é real


Aquela conceção do lar como um local em que os idosos sobrevivem isolados nos seus quartos é totalmente obsoleta e antiquada. Hoje em dia, os lares e residências de idosos licenciados primam pela qualidade no alojamento e a prioridade que dão à saúde física e mental do idosos. No lar ou residência de idosos, a socialização com a própria família e amigos é incentivada, assim como se estimula o convívio e a criação de laços de amizade com os restantes residentes do lar.



Os profissionais estão preparados para lidar com os sentimentos de isolamento e abandono do idoso, quando se está a adaptar à vivência no lar.



É reconhecido pelos profissionais do lar que a ausência de contacto social e familiar interfere com a qualidade de vida do idoso e poderá ser causador de doenças, como a depressão e ansiedade, assim como poderá agravar doenças pré-existentes. Os lares contam com o apoio de psicólogos, que contribuem para que o idoso se liberte das ideias pré-concebidas e comece a apreciar desfrutar da sua nova residência.



Primeiro: que lar escolher?


A escolha do lar ou residência de idosos onde o idoso vai ser integrado é fundamental para que este não se sinta isolado. Para além das dicas que poderá observar neste artigo, também deverá ser tido em conta se algum familiar ou amigo do idoso já está a viver nessa residência ou lar. Caso o idoso esteja renitente na mudança, referir que um amigo ou conhecido também vive naquele local poderá ser uma mais-valia.


Deve escolher um lar que tenha uma oferta de atividades que sejam familiares ao idoso, para que não haja abandono de hobbies e passatempos.



Também poderá ter oportunidade de praticar outra atividade da qual gosta e que está acostumado. No lar, o idoso pode ajudar na cozinha, costurar ou fazer renda, jogar cartas ou jogos de tabuleiro com outros idosos, pintar, desenhar... enfim, todo um sem número de atividades que o lar promova e que ajudam na socialização do idoso e, em alguns casos, na sua motricidade.



Mesmo antes da mudança para lar


Conversar e explicar a mudança para um lar é fundamental para evitar sentimentos de abandono e isolamento no idoso. O familiar deverá esclarecer todas as dúvidas e cismas do idoso de forma a apaziguar as normais inseguranças que podem desenvolver-se na altura da mudança para o novo lar. 


O idoso deve ser apaziguado e saber o horário em que poderá (e irá certamente) receber visitas dos familiares e amigos.



O idoso também poderá passar fins-de-semana, férias e ocasiões festivas em casa de familiares e amigos e deverá ser informado dessa possibilidade, uma vez que poderá não o saber. A comunicação entre o familiar, os profissionais do lar e o idoso terá de ser uma porta aberta, para que o idoso se sinta confiante de que a mudança para o lar é benéfica principalmente para ele.



A família estará sempre envolvida


A vivência dentro do lar de idosos acomoda diversas atividades adaptadas ao idoso, que visam a sua socialização. Os profissionais do lar, nomeadamente o animador sociocultural, têm a função de promover diversas atividades adaptadas ao idoso, promovendo o desenvolvimento dos idosos residentes no lar.



Fale ao idoso das atividades que são desenvolvidas no lar, em que a participação de família e amigos é requerida.



Os lares sugerem a integração da família em diversas atividades, acabando por servir dois propósitos: para combater o medo de abandono dos idosos e para que os familiares possam apreciar as condições que o lar oferece ao idoso.

O animador tem uma função de soberba importância, dado que dele depende uma parte da integração do idoso no lar. Terá de criar um bom ambiente e promover atividades que de coadunem aos idosos, criando grupos que tenham características em comum e promovendo a criação de laços de amizade entre eles. Um idoso ocupado raramente tem sentimentos de abandono.



O idoso deve criar relações


Quando o idoso é confrontado com a mudança para o lar, o maior receio é o de viver entre desconhecidos, o que agrava o sentimento de isolamento social. Cabe ao familiar explicar que os desconhecidos de hoje serão os amigos de amanhã. Deixe claro que na próxima visita ao lar ou conversa quer saber que amigos é que o idoso já fez e em que atividades participou.



Incentive o idoso a conhecer os novos companheiros no lar, e em breve o sentimento de abandono já não existirá.



No lar, é incentivada a criação de laços entre os idosos, que poderão ter múltiplas coisas em comum. Terá outros idosos com quem conversar e partilhar sentimentos, o que acaba por ser vantajoso para todos, anulando o medo de abandono. Os profissionais do lar também devem ter esta dinâmica em atenção, tentando sempre juntar os idosos com gostos e preferências mais semelhantes, em atividades comuns.



O lar é apenas mais uma etapa de vida


Apesar dos constrangimentos e sentimentos contraditórios iniciais que o idoso possa sentir, os benefícios da mudança para o lar serão sempre maiores do que os inconvenientes iniciais. O idoso terá múltiplas atividades para realizar, acompanhado dos seus pares. Os profissionais do lar irão acompanhar todo o processo de integração do idoso, para que este se integre tranquilamente.



Não deixe que o medo de abandono prive o idoso de uma vivência em lar, mais completa e segura.



A comunicação constante com o lar de idosos é fundamental. Mas tudo começa na comunicação com o idoso. O medo de abandono pode surgir de várias formas, é preciso estar atento a alterações comportamentais. Siga as nossas dicas para combater o medo de abandono em idosos residentes em lar, e tudo correrá melhor.



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