7 coisas a saber para o idoso não perder autonomia

Por Carolina França , 25 de Novembro de 2019 Longevidade


Quando se convive com um idoso, é muito comum adquirir o hábito de fazer as coisas «por ele», em vez de «com ele». Sejamos sinceros: pode ser mais fácil e rápido fazer tudo sozinho, em vez de envolver o idoso nas atividades diárias. 

Apesar de mais prático, esta não é a solução mais aconselhável a longo prazo, se se pretende uma melhor qualidade de vida. Proporcionar um ambiente adequado para que o idoso possa realizar as tarefas mais independente aumenta os níveis de confiança e contribui para que ele se sinta mais feliz.

Encontrar o equilíbrio entre o cuidar e a manutenção da autonomia do seu familiar pode ser desafiador e, por isso, trazemos algumas sugestões para si. 

Com alguns ajustes e estímulos, ele sentir-se-á mais seguro dentro e fora de casa, prolongará a capacidade de tomar decisões e receberá ajuda somente quando necessário. 



Importância da autonomia e independência na terceira idade


Um dos maiores desafios ao lidar com o envelhecimento é manter o idoso autónomo e independente, o máximo de tempo possível. 

Estes dois conceitos - autonomia e independência - revelam situações que se complementam, embora não sejam iguais.

A autonomia é a capacidade da pessoa de assumir a gestão da sua vida e tomar decisões sobre si mesmo. Enquanto que a independência se relaciona com a capacidade de desempenhar atividades diárias e de autocuidado.

Até mesmo um idoso com limitações físicas, desde que mantenha as suas capacidades mentais, é capaz de decidir como deseja que as coisas sejam feitas. Excluí-lo de decisões relacionadas com a sua vida quotidiana só irá acelerar a passagem para um estado de dependência.

​Uma pessoa independente deve ser capaz de realizar atividades básicas do dia-a-dia, como:


  • Alimentar-se;
  • Ir à casa de banho e controlar esfíncteres;
  • Cuidar da higiene pessoal e banho;
  • Vestir-se;
  • Andar e movimentar-se.

​​Existem também as habilidades mais complexas, que são necessárias para viver de maneira independente na comunidade, como realizar compras, utilizar o telefone, gerir assuntos económicos, cuidar da casa e utilizar meios de transporte.

Coisas a fazer para estimular a autonomia e independência do seu familiar

A questão não é: O que o deixo fazer? Mas sim: Como o vou apoiar? Para ajudá-lo nessa missão, temos sete sugestões que pode fazer para tornar a rotina do idoso mais estimulante e autónoma.


1- Envolva o idoso nas decisões


Dê opções de escolha sobre coisas do dia-a-dia, como o que ver na televisão, quais filmes prefere ou o planeamento das refeições. A menos que o idoso esteja incapacitado, ele tem o direito de decidir sobre si.

​Nenhum idoso pode ter sensação de independência quando alguém está constantemente a tomar decisões em vez dele.

Então, como pode ajudar se for necessário? Com paciência, bondade e criatividade, pode oferecer sugestões e ideias. Encontre uma forma de o idoso sentir que a decisão está a ser tomada por ele.



2- Encoraje-o a fazer atividades sozinho

Muitos idosos querem ter a sensação de utilidade, mesmo que as suas funções físicas sejam limitadas. Incentive o idoso a realizar sozinho as atividades ou, pelo menos, algumas etapas dela.

Identifique projetos ou tarefas ​​para que ele se encarregue e dedique um tempo para ajudá-lo a encontrar meios alternativos para alcançar os objetivos.



3- Considere a tecnologia

A tecnologia pode desempenhar um papel importante na criação de um ambiente seguro para os idosos. Simplesmente usando um telemóvel pode-se controlar remotamente um conjunto de aparelhos e objetos computorizados.

Além disso, muitos adultos da terceira idade têm utilizado a internet e as redes sociais para comunicação com amigos e familiares distantes. Nada substitui o contacto físico, porém estas interações diminuem a sensação de isolamento e solidão.



4- Dê opções de passatempo

Converse com o idoso para ajudar a determinar quais são os seus interesses e, em seguida, faça um plano para fazer essas atividades. Algumas iniciativas que promovem uma mente ativa, estimulam a memória e coordenação motora são as palavras-cruzadas, atividades manuais como crochê ou tricô, e a leitura de livros, jornais ou revistas.



5- Adapte o ambiente doméstico

Um dos grandes medos de familiares de idosos com idade avançada é o aumento do risco de quedas. É algo importante e que deve ser considerado, e com alguns cuidados e adaptações é possível prevenir.

Alguns idosos ainda podem ser relativamente autónomos a movimentar-se e cuidarem de si próprios, mas podem ter problemas para se levantar ou sentar. Isso é minimizado ao escolher uma cadeira mais larga, de altura certa e com apoio de braços.



6- Estimule a socialização com familiares e amigos

O bem-estar emocional depende de vários fatores, como sentir-se conectado à família e aos amigos e estar envolvido na comunidade. Sentimentos de solidão e isolamento podem ter consequências para a saúde entre os idosos, inclusive a depressão.

Manter-se ligado aos outros proporciona uma sensação de pertença e traz benefícios cognitivos e emocionais.

Algumas sugestões para se envolver são: inscrever-se num grupo ou clube (jardinagem ou leitura); tornar-se voluntário em alguma instituição; participar em cursos destinados à terceira idade; estar presente em festas e eventos ou comemorações familiares.



 7- Estimule a atividade física

O exercício regular beneficia pessoas de todas as faixas etárias. No entanto, quanto mais envelhecemos, mais importante é ter um programa regular de exercícios.

Os exercícios são úteis para melhorar a força muscular, ativar a circulação sanguínea, manter o peso e prevenir ou controlar algumas doenças como a diabetes e tensão alta. 

Com o aumento da mobilidade e flexibilidade resultantes de um programa de exercício, há melhora também no equilíbrio e diminuição do risco de quedas.

Uma boa forma física também traz benefícios psicológicos e contribui para a auto-estima e bom humor. 

Apesar de todos estes benefícios, o idoso poderá mostrar uma certa resistência para as atividades físicas e por isso é importante incentivá-lo a exercitar-se.


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Alguns pontos a considerar: 

  • Saiba o que é seguro e o que não é seguro, e com que intensidade ele se deve exercitar. É importante conversar com o médico antes de iniciar um programa de exercícios.
  • Comece devagar e mantenha-se regular.
  • Escolha uma atividade que lhe interesse. 
  • Encontre um parceiro de exercícios, torna mais o treino mais interessante e estimulante.


Estas são algumas sugestões muito simples e fáceis de colocar em prática mas que podem fazer uma grande diferença na autonomia do idoso. Os idosos precisam de receber incentivos regulares de amigos e familiares para se sentirem seguros e confiantes.

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