4 perfis de risco da doença de Alzheimer
Por Susana Pedro , 24 de Março de 2022 Demência
Entre 50 a 70 por cento das pessoas com demência têm Alzheimer, sendo a doença de Alzheimer o tipo de demência mais frequente. A demência pode surgir sem aviso em pessoas jovens, no entanto, por norma, desenvolve-se de forma lenta e afeta idosos, com mais de 60 anos. Uma demência representa uma síndrome, ou seja, um conjunto de sintomas que se traduzem na perda de funções cognitivas.
Existem quatro perfis de risco para o aparecimento de Alzheimer. Saiba quais são e como minimizar o risco de vir a desenvolver esta demência, num artigo Lares Online!
O que é a doença de Alzheimer?
A doença de Alzheimer foi identificada pela primeira vez pelo médico alemão Alois Alzheimer, em 1907, aquando da observação do diagnóstico de uma paciente sua que evidenciava perdas de memória, que estavam associadas a alterações do seu comportamento.
A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, que é caracterizada pela perda progressiva e irreversível de funções cognitivas.
Alzheimer é a forma mais comum de demência, onde podemos identificar perda de funções cognitivas, como a memória, atenção, compreensão, pensamento, orientação, dificuldade em planear ou resolver problemas ou simplesmente dificuldade em realizar tarefas familiares.
Os sintomas apresentam-se inicialmente de forma muito subtil. Começam frequentemente por lapsos de memória e alguma dificuldade em encontrar as palavras certas para objetos que são habitualmente do quotidiano do idoso.
4 Perfis que aumentam risco de Alzheimer
Ainda existe muito por descobrir acerca de Alzheimer, que nos possa facilitar os meios de identificação desta demência, que nos faça chegar a melhores formas de tratamento e, até mesmo, alcançar a sua cura total. Contudo, enquanto não existe cura, o melhor é saber que existem perfis de risco para a sua ocorrência:
Ter uma idade superior a 65 anos
A idade é, de facto, o principal perfil de risco para desenvolver a doença de Alzheimer. A maioria das pessoas que sofrem de Alzheimer são idosos com cerca de 65 anos. Após os 85 anos o risco de aparecimento desta doença chega a ser de um terço. Na maior parte das vezes, os primeiros sintomas da doença começam a surgir após os 65 anos. Contudo, pessoas com Alzheimer familiar (forma menos comum, na qual a doença é transmitida de uma geração para outra, através do gene da demência) costumam apresentar sinais da doença bem antes dos 65 anos. Num estudo realizado pela Universidade do Arizona (EUA), descobriram que a partir dos 25 anos já podemos observar défices de memória.
Haver histórico familiar de demência
Para um número extremamente reduzido de famílias, a doença de Alzheimer é uma questão genética. Os membros dessa família herdam a parte do ADN que provoca a demência. É sabido que, em média, metade das crianças de um pai afetado pela doença de Alzheimer vai desenvolvê-la no futuro. Há uma particularidade muito interessante neste perfil de risco: neste caso, a idade de incidência é relativamente baixa, está normalmente situada entre os 35 e os 60 anos, sendo constante em toda a família. Portanto, se existem casos de demência na sua família, pode querer investigar melhor, pois pode ser uma questão genética. Principalmente se se trata de uma mulher, saiba que pode ter mais probabilidades de vir a desenvolver Alzheimer.
Sofrer um traumatismo craniano grave
Qualquer traumatismo craniano com alguma gravidade é um convite a várias sequelas. Mas sabia que a demência e a doença de Alzheimer podem ser uma delas? Uma pessoa que tenha sofrido um traumatismo craniano, com alguma gravidade, corre sérios riscos de desenvolver a doença de Alzheimer. Existem estudos em curso para perceber melhor sobre as causas desta correlação. Mas já se sabe que o risco é ainda maior se, na altura da lesão, a pessoa tiver mais de 50 anos e tiver perdido os sentidos logo após o acidente. Em qualquer caso, em situações de acidente procure sempre ajuda médica, para despistar possíveis sequelas,
Ter baixa escolaridade e estimulação cognitiva
Não são apenas fatores ambientais ou genéticos os que influenciam os perfis de risco a desenvolver Alzheimer. O último perfil que apresentamos tem a ver com a vida da pessoa. Pessoas com um elevado nível de escolaridade têm menor risco de desenvolvimento de demências. Ao contrário de pessoas que possuem um menor nível de escolaridade, devido à baixa estimulação cognitiva ao longo da vida. Este não é um fator absoluto, visto que pessoas com baixa escolaridade podem acabar por ter uma carreira que estimule muito a sua capacidade cognitiva, e vice-versa. Mas é importante salientar que a estimulação deve ser uma constante na vida dos idosos, para que as capacidades cognitivas não se percam.
Hábitos para reduzir risco de Alzheimer
Agora que já sabe se se encaixa em algum perfil de risco, é fundamental que pense em prevenção. Encaixando-se em mais que um perfil de risco, ou mesmo em nenhum, as demências aparecem lentamente. Qualquer pessoa, e principalmente os idosos, deve ter uma atitude proativa relativamente à sua saúde. Se não cuidarmos do nosso cérebro estamos a correr riscos de desenvolver demência ou concretamente a doença de Alzheimer.
Até à data não existe cura para o Alzheimer, mas existem hábitos e práticas que podem prevenir o aparecimento da doença.
O exercício físico é considerado um hábito vital. O exercício físico regular está altamente associado à manutenção da função cognitiva e a um atraso no início do desenvolvimento de Alzheimer no idoso. A prática de exercícios de aeróbica, por exemplo, pode melhorar substancialmente questões como a memória, atenção e velocidade de processamento de raciocínios.
Relativamente aos hábitos de alimentação, é extremamente importante ter uma alimentação equilibrada onde se dê prioridade ao consumo de vegetais, frutas e peixes. O consumo de peixe pelo menos uma vez por semana pode reduzir em 60% o risco de Alzheimer. Mas atenção que o consumo elevado de gorduras poderá aumentar a deterioração cognitiva.
A atividade social está diretamente relacionada com a saúde e manutenção mental do idoso. Esta é das questões mais importantes na prevenção da demência. Manter-se socialmente ativo, conversar com amigos, ter um hobby e ter uma vida intelectual ativa ajuda a garantir uma reserva cognitiva que, posteriormente, poderá adiar os sintomas.