Retrospetiva da procura de lares de idosos em 2020
Por Susana Pedro , 20 de Janeiro de 2021 Empresa
O crescimento de 46,5% nas admissões, no início do ano, entrou em contraciclo a partir de 31 de Março.
O clima favorável que se viveu até 31 de março de 2020, com um crescimento de 46,5% nas admissões do 1º trimestre (em relação ao período homólogo de 2019) sofreu uma contração de 35% nos 3 trimestres seguintes. Assim se desvaneceu o ânimo inicial ao longo do ano, apesar de o número total de admissões de idosos em lares ficar ligeiramente acima (8%) do resultado do ano anterior.
A procura de lares, que vinha a crescer 50% ao ano, contraiu mais de 15%
Apesar de os idosos, mais do que nunca, necessitarem de apoio e cuidados, em 2020 a procura por lares sofreu com a pandemia. A procura vinha a crescer mais de 50% ao ano, e também sofreu uma contração superior a 15% em relação ao ano de 2019.
Para além da redução da procura, cerca de 2 000 famílias suspenderam temporariamente a procura ou adiaram a admissão.
Com o sobressalto da 1ª vaga e a sucessão de surtos em lares, mais que triplicou o número de famílias que, face ao quadro pandémico, suspendeu a procura ou adiou a admissão em lar, optando por outra solução temporária para os seus familiares idosos. Com o restabelecimento do funcionamento seguro de lares, os planos de contingência e de vacinação e as equipas conscientes dos cuidados necessários, as admissões foram progressivamente retomadas, e seguiram o seu curso natural.
Mais 13,5% de idosos cuja estadia em lares foi inferior a 3 meses
Em 2019, em 21,5% das admissões os idosos ficaram no lar menos de 90 dias, em 2020 este valor foi de 22,5%. Podemos concluir que no ano passado, tal como no anterior, em cerca de 20% das admissões os idosos permaneceram, por motivos diversos, menos de 3 meses nos lares.
A mortalidade por Covid-19 e a suspensão das visitas, em 2020, podem estar na origem da redução do tempo de permanência dos residentes idosos em lares.
Em termos absolutos, houve mais 13,5% de idosos cujo tempo de estadia em lares foi inferior a 3 meses. Este aumento absoluto de admissões em que os idosos não permaneceram mais do que 90 dias nos lares pode ter motivos relacionados com a pandemia, quer seja devido ao crescimento da mortalidade, como às saídas dos residentes por existência de dificuldades na realização de visitas e consequente óbvio distanciamento físico entre os familiares e os próprios idosos.
Num ano em que cada cama de hospital fazia a diferença no combate à Covid-19, as altas foram dadas sempre que possível, o que levava à necessidade de encontrar vaga em lar o mais depressa possível. A rápida resposta dos lares foi essencial para que não se verificassem situações tão dramáticas como as que aconteceram em Espanha ou Itália.
Os processos, da procura até à admissão, demoraram em média 23 dias
Num ano em que cada cama de hospital fazia a diferença no combate à Covid-19, as altas foram dadas sempre que possível, o que levava à necessidade de encontrar vaga em lar o mais depressa possível. A rápida resposta dos lares foi essencial para que não se verificassem situações tão dramáticas como as que aconteceram em Espanha ou Itália.
Em 2020, manteve-se o carácter urgente de 90% dos pedidos de admissão em lares.
Sendo por norma a procura de lares de carácter urgente, com previsão de admissão de alguns dias a pouco mais de um mês, em média, os processos de encaminhamento dos pedidos de admissão através do Lares Online, da procura até à admissão demoraram 23 dias.
Os distritos de maior procura mantêm-se os mesmos, situados na zona metropolitana de Lisboa e do Porto. Lisboa foi o número um, com 52% das admissões, seguindo-se Setúbal (com 12%) e o terceiro do pódio foi o Porto (com 11%).
Os grandes centros urbanos foram os mais procurados
Os distritos de maior procura mantêm-se os mesmos, situados na zona metropolitana de Lisboa e do Porto. Lisboa foi o número um, com 52% das admissões, seguindo-se Setúbal (com 12%) e o terceiro do pódio foi o Porto (com 11%).
Os lares de Lisboa registaram mais de 50% das admissões em 2020.
Aqui podemos verificar que as zonas metropolitanas foram altamente fustigadas pela pandemia de Covid-19, e em muitas situações o lar era a resposta óbvia às necessidades dos idosos e das famílias.
Para além de cuidados de saúde, amor foi requisito essencial na procura
Na impossibilidade de lhes prestar cuidados, as famílias não descuraram os idosos. Para além de garantir a prestação de cuidados, salientaram, nos seus requisitos de procura, lares com carinho, lares onde os idosos são valorizados, lares onde o meu familiar não seja só «mais um». Muitos dos pedidos que chegaram à Linha de Apoio do Lares Online pediam especificamente lares com amor.
Num ano em que as famílias estiveram inevitavelmente mais afastadas dos idosos, a qualidade e a humanidade dos cuidados prestados em lares foram mais importantes que nunca.
O apoio psicológico, os afetos das funcionárias e o bom ambiente no lar estiveram também no foco das famílias. Um bom lar não cuida apenas fisicamente do idoso, cuida também do seu espírito. Apesar de ter sido um ano atípico, serviu para testar a resiliência das instituições portuguesas, que estão de parabéns pela resposta rápida e eficaz que deram à pandemia de Covid-19.
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