O luxo atrai idosos! Como é viver numa Residência Assistida?
Por Marina Lopes , 15 de Maio de 2018 Lares e Residências
O envelhecimento é sem dúvida a etapa mais temida pelo Homem e por aqueles que o rodeiam, devido às perdas de todos os tipos sentidas nessa fase da vida. As ofertas de hoje em dia parecem esconder, atrás de designações várias, tudo a mesma coisa: um Lar de Idosos onde estes estão sujeitos às estipulações e horários de outras pessoas. Mas já não tem de ser assim, hoje existem as Residências Assistidas.
Longe das Casas de Repouso lúgubres e tristes, das salas superlotadas onde idosos sentados em poltronas olham para o programa da tarde na televisão ou para as janelas onde um pequeno jardim emerge, hoje há mais possibilidades para os idosos que já não se sintam bem sozinhos.
Novas ofertas
A sociedade sofreu muitas alterações, e a oferta de residências para idosos também. De Asilo mudou-se o nome para Casa de Repouso, foram criados os Clubes Sénior, as Residências Geriátricas, e nasceram as Casas de Saúde, hoje Residências Assistidas.
Para aqueles idosos que não têm problemas de saúde de maior e se encontram relativamente autónomos, mas se sentem sozinhos ou agradecem algum apoio a diversos níveis, as Residências Assistidas são a solução.
Residência Assistida - Unidade residencial para idosos autónomos ou com défices de autonomia, com uma equipa interdisciplinar que proporciona um meio seguro e de qualidade, onde é estimulada a participação ativa.
(definição da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa)
Neste sentido, as Residências Assistidas são o meio caminho entre a casa particular do idoso e a institucionalização do mesmo. Muitos idosos que já tiveram algum chamado ‘evento’ (uma queda, um acidente, algo que não os deixe à vontade sozinhos) preferem uma solução mais segura, seja a nível físico ou psicológico, em que o serviço de assistência é a 24h por dia.
Os pioneiros
Em Portugal, podemos nomear três grupos de Residências Assistidas que se considera como os pioneiros nacionais deste tipo de serviço. Estes grupos são o Luz Saúde (com as Casas da Cidade Lisboa e Carnaxide), o Montepio (com as Residências Montepio, espalhadas pelo país) e o José de Mello (com a Domus Vida Lisboa e a Domus Vida Estoril).
Não havendo necessidade de abdicar da vida que têm fora da Residência, o ingresso nesta solução é um processo sempre positivo para o idoso:
- segurança física, psicológica e emocional,
- serviço de assistência e saúde permanente,
- higiene do espaço,
- conforto a nível hoteleiro, incluindo a estadia e a alimentação.
Alguns idosos acabam por manter a sua casa ou pelo menos o seu automóvel (há instituições que disponibilizam garagens) fora da instituição, indo de vez em quando regar o jardim ou passear um pouco, indo ter com amigos e familiares quando o tempo está mais soalheiro.
Admissões de Idosos em Residências Assistidas?
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Ambiente de hotel
Muitos idosos fogem do Lar de Idosos tradicional, em que os horários são estandardizados para uniformizar os cuidados e assegurar a satisfação das necessidades de todos os residentes, sejam idosos mais ou menos dependentes, com limitações físicas ou por vezes alguma demência. A alimentação e os cuidados têm uma hora fixa, e os idosos são mais passivos, tendo cuidados a horas certas e predefinidos.
Ao contrário disso, nas Residências Assistidas existe o cruzamento de um serviço hoteleiro com todos os cuidados geriátricos de uma clínica. O idoso escolhe o que deseja fazer de acordo com o seu horário pessoal, organizando-se consoante os serviços de que dispõe na Residência Assistida. À semelhança de um hotel de luxo, dirige-se ao espaço de refeições quando lhe faça sentido e pede a refeição que deseja de entre uma ementa, como num autêntico restaurante.
Quando há autonomia para poder fazer as suas próprias escolhas, o facto de o poder fazer é libertador. As necessidades dos idosos são todas diferentes e estes têm como tal de ser tratados de forma diferenciada. Muitos idosos escolhem ir viver para uma Residência Assistida exactamente pela existência de serviços diferentes para pessoas diferentes.
Idosos diferentes, soluções diferentes
O idoso, quando possível, mantém toda a sua autonomia, podendo entrar e sair do espaço da Residência se assim o desejar, visitando amigos e familiares, ou fazendo ao contrário: trazendo visitas para a instituição. Na Residência Assistida, cada idoso tem o seu espaço individual, que pode em alguns casos personalizar a gosto com a sua mobília e pertences. Este é um espaço onde o idoso pode sempre receber pessoas, incluindo algumas vezes até uma pequena cozinha para fazer alguns cozinhados caso o desejem.
Longe do aspecto hospitalizado de muitos Lares, as Residências Assistidas apostam na valorização da individualidade, da personalidade e privacidade. A auto-estima, um grande problema em idosos institucionalizados, é aqui preservada e cultivada, com o sentimento de pertença numa comunidade.
Uma escalada no bem-estar
As Residências Assistidas asseguram a segurança pessoal dos idosos sem no entanto lhes retirar a capacidade de decidirem o rumo que querem tomar, oferecendo imensos serviços e favorecendo assim o seu envelhecimento activo. Já Maslow refere que o Homem tem diferentes níveis de necessidades, e resumiu essas necessidades básicas e psicológicas numa pirâmide:
Estando as necessidades do fundo satisfeitas, passa-se ao nível superior, e assim sucessivamente. Na maioria dos Lares de Idosos, os idosos são satisfeitos a nível de necessidades básicas, a nível de segurança e alguns a nível social. Nas Residências Assistidas, pretende-se ir mais longe.
Serviços exclusivos
Com base nesta filosofia, as necessidades da base da pirâmide são satisfeitas de forma exemplar, com um serviço de excelência. Todas as outras necessidades podem ser depois satisfeitas com outros serviços exclusivos. Cada idoso escolhe, consoante os seus gostos e as suas restrições, os serviços de que quer usufruir, de entre os que a Residência Assistida em questão oferece. Neste leque de facilidades existem as que estão relacionadas com a saúde (como fisioterapia, psicoterapia ou acupuntura), com a estética (cabeleireiro e esteticista), actividades de lazer (sala de jogos, de leitura ou informática) ou mesmo apenas o bem-estar do idoso (massagem, meditação, jacuzzi e sauna).Aquisição de um luxo
Associadas tradicionalmente a luxos, as mensalidades e o custo de aquisição de uma suite nestas Residências Assistidas são elevadas, o que remete para idosos com reformas mais elevadas e algumas poupanças. Na região de Lisboa, falamos de valores superiores aos 2000€ mensais, enquanto que no resto do país podemos encontrar mensalidades mais flexíveis e que começam em cerca de 1500€. De salientar que estes valores vão flutuando, à semelhança de um hotel, consoante o tipo e a quantidade de serviços desejados pelos idosos.
Na maioria das Residências Assistidas praticam-se dois tipos de mensalidade: as mensalidades por utilização temporária e as de utilização vitalícia. Neste segundo tipo, a mensalidade é um pouco menos elevada, mas pressupõe o pagamento à entrada de uma taxa de admissão algo substancial. Esta utilização vitalícia pressupõe a utilização do espaço pelo idoso até à morte, pelo que funciona como uma compra de um apartamento, com a única excepção que apenas é utilizável até ao falecimento do idoso, a partir desse momento a sua posse volta à instituição.