[Covid-19] Minimize o risco na transição da alta hospitalar para os lares

Por Daniel Carvalho , 18 de Março de 2020 Profissionais


Em dia de declaração do estado de emergência nacional, parece-nos fundamental realçar que os líderes de opinião nos mais diversos setores de atividade devem ser um dos principais responsáveis por conduzir informação credível às suas comunidades.

O conhecimento é uma das armas mais poderosas. É da responsabilidade das empresas e das organizações (lucrativas ou não) filtrarem a informação proveniente das fontes oficiais e munirem os seus públicos do conhecimento que conduz as suas ações diariamente.

Enquanto parceiros de negócio de vários lares de idosos, de norte a sul do país, este tem sido o nosso papel: garantir que todos, tanto as famílias como as administrações dos lares, possuem o entendimento necessário para que os idosos possam continuar a ser admitidos em lares.


As altas hospitalares de pessoas idosas aumentaram significativamente


No artigo que escrevemos sobre a importância dos Lares de Idosos num estado de pandemia mundial, chamámos à atenção para a importância dos lares na libertação de camas nos hospitais, tendo em vista o tratamento de infectados e monitorização de possíveis infectados.

Sendo a Covid-19 uma doença contagiosa, todos os idosos que estejam em condições mínimas para abandonar o hospital têm sido aconselhados a fazê-lo.



Sabemos que os idosos são o grupo de maior risco no tratamento do vírus e como tal estão mais seguros caso estejam longe de um dos epicentros: os hospitais.

O número de pedidos na nossa plataforma proveniente de uma situação de alta clínica hospitalar aumentou significativamente desde que foi registado o primeiro caso de Covid-19, em Portugal. Por norma, tratam-se de casos onde a urgência em transitar o idoso do hospital para um lar é enorme.

Assim, se este rumo de altas clínicas de idosos pretende prevenir o contágio num grupo de pessoas mais vulneráveis à doença, é fundamental garantir que a entrada no lar é feita com a maior segurança para os idosos já residentes.


Como deve ser feita a transição do idoso do Hospital para o Lar


O atual Plano de Contingência dos lares deve contemplar todos os capítulos existentes da sua atividade de negócio, incluindo os procedimentos a adotar em caso de chegada de um novo utente à instituição.

Dentro das novas admissões, as medidas que visem um idoso proveniente de uma alta hospitalar devem ser mais exigentes. Nem todas as administrações estão ainda preparadas para o fazer, mas a verdade é que existem já algumas instituições a serem proativas nesse sentido.


Grande parte dos lares está a exigir realização do teste ao Covid-19

A medida principal para efetuar a transição do idoso do hospital para o lar é, sem dúvida, a exigência do resultado do teste de despiste da Covid-19 antes do momento da admissão.

Em colaboração com o Lares Online, a Dra. Amina Karolia, gestora de várias Estruturas Residenciais para Idosos do país, afirma que: «Quanto à situação de novas admissões, em caso de utentes vindos de hospital, temos solicitado o exame negativo da Covid-19, tal como requerido por instrução médica. As novas admissões têm ficado em isolamento, segundo as normas definidas no plano de contingência».


Depois da admissão, o idoso deve ficar em quarentena

A área de isolamento num lar de idosos tem como objetivo manter um caso suspeito fora do raio de ação dos restantes utentes. Este é um espaço com ventilação natural e munido do material de higienização principal. Numa abordagem de risco 0%, o idoso proveniente de alta hospitalar deve ser integrado na área de isolamento, durante os primeiros 14 dias de admissão no lar de idosos.

Neste processo é muito importante a família, e se possível o idoso, estarem informados de todo o processo a seguir após ser confirmada a admissão. Tão importante quanto a adoção de todos os procedimentos de segurança é o consentimento da família e, posteriormente, a constante comunicação sobre o estado de saúde do idoso.


​Passo a passo do período de quarentena no lar

Deve haver especial atenção a alguns procedimentos no acompanhamento do idoso após a admissão:


  • Uso de batas, luvas descartáveis e máscaras por parte das auxiliares, sempre que existir contacto com o idoso em isolamento;

  • Para o serviço de refeições, é recomendável o uso de louças descartáveis;

  • Monitorização de febre, que deve ser realizada mais do que uma vez ao dia;

  • Envio diário do relatório de enfermagem à equipa médica e gerência do lar, com a respetiva descrição detalhada do estado de saúde do idoso;
  • Visitas presenciais por parte de familiares suspensas, à semelhança dos restantes utentes, só sendo permitidas via telefone/telemóvel ou videochamada.​



Se não tiver sintomas, pode retomar a vida comum

Após o período de isolamento com duração de 14 dias, caso o idoso não apresente qualquer tipo de sintoma de infecção poderá interagir com os restantes utentes da instituição, seguindo logicamente todas as restrições presentes no Plano de Contingência.



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