Covid-19 e idosos em lar: tudo o que precisa de saber
Por Susana Pedro , 16 de Julho de 2020 Lares e Residências
A Covid-19 apanhou o mundo desprevenido. Desde o momento em que se pensava que o surto estava circunscrito à China até à OMS declarar estado de pandemia mundial foram apenas cerca de 3 meses. Desde aí, as instituições europeias e portuguesas tomaram medidas para conter a infeção, tentando proteger ao máximo a população de maior risco: os idosos.
Apresentamos aqui um somatório de toda a informação pertinente sobre a Covid-19 e os lares de idosos. Clique nos títulos para saber mais sobre os temas!
Os lares adaptaram as suas dinâmicas às orientações técnicas da DGS
Os sintomas associados à infeção por coronavírus são muito semelhantes aos de uma constipação ou gripe comum, pelo que é sempre preciso ter em atenção as semelhanças e diferenças entre estas doenças.
Por outro lado, o ambiente dentro dos lares é dinâmico, em constante movimento e atualização. As tarefas são executadas de forma sequencial, num ritmo de trabalho elevado.
Para proporcionar a consulta de informação de forma rápida e minimizar os erros, são criados elementos práticos, tal como o quadro apresentado na imagem em baixo. Desta forma, a mesma quantidade de informação disposta em artigos ou documento da DGS aparece de forma esquemática: mais simples e também mais eficaz.
Os lares reforçam os cuidados com os idosos na prevenção da Covid-19
Os idosos são dados como o grande grupo de risco desta pandemia. As doenças crónicas muitas vezes associadas à idade são fatores de risco. Como qualquer outra doença que ataca o sistema respiratório, o fator idade dificulta em muito a recuperação de Covid-19.
Um aliado que os idosos podem ter é uma alimentação cuidada, saudável e hidratação muito frequente. O que comemos é grande parte daquilo que somos e de como nos sentimos, portanto faz sentido que algum cuidado na dieta dê resultados, mesmo frente à Covid-19. Hidratação e alimentação equilibrada ajudam a fortalecer o sistema imunitário dos idosos, colocando-os mais aptos a combater infeções como a Covid-19.
O coronavírus veio privar muitos idosos da sua vida social, pois com ele veio um período de quarentena. Mas a verdade é que é pelo próprio bem dos idosos. Os idosos não têm um sistema imunitário muito forte, pelo que se deve minimizar o risco ao máximo. Ao minimizar-se os contactos com possíveis transmissores do novo coronavírus, minimiza-se bastante a possibilidade de os idosos ficarem doentes.
Há muitos idosos residentes em lar que recuperam da Covid-19
Mesmo face ao risco substancial no caso de um idoso contrair Covid-19, ainda assim não se trata de uma sentença de morte anunciada. Existem muitas histórias de idosos com bastante idade (na casa dos 80 e 90) que venceram o coronavírus. Um diagnóstico prematuro da infeção é um dos critérios que beneficiará o idoso. Num cenário global de isolamento e solidão dos idosos, é importante haver acompanhamento próximo, por parte de profissionais experientes.
Sendo que os centros de dia ainda não reabriram nem têm data definida ainda para isto, muitos idosos ficaram sem apoio social. Os apoios domiciliários têm regras apertadas, mas ainda assim parece que a ida para um lar de idosos será o caminho mais adequado para os idosos que necessitem de apoio nas atividades da vida diária.
Lares adotaram medidas de segurança rigorosas na admissão de idosos
A DGS decretou que todas as novas admissões estão sujeitas a uma avaliação clínica, que confirme que não existem sinais de infeção respiratória. É necessária também a realização de um teste laboratorial que dê negativo à Covid-19 e o cumprimento de um período de isolamento de, pelo menos, 14 dias, renovável sempre que o idoso saia da instituição por um período superior a 24 horas.
É muito importante a família (e se possível também o idoso) estar bem informada sobre todo o processo a seguir, após ser confirmada a admissão. Após este período de isolamento, e caso o idoso não apresente qualquer tipo de sintoma de infeção, poderá interagir com os restantes utentes da instituição.
Lares estão sob regras apertadas de funcionamento, higiene e segurança
A par destas medidas restritivas na admissão, os lares também tiveram de assegurar de forma ainda mais exigente a higiene e segurança. As normas da DGS aos lares de idosos, desde a monitorização de entradas e saídas à higienização mais frequente, são muito apertadas.
Embora tenham estado suspensas várias semanas, as visitas de familiares aos idosos em lar já são possíveis. Mas é preciso ter em mente que o momento da visita deve ser tão seguro como todos os outros, o que significa que há um protocolo rigoroso a seguir. As visitas têm de ser breves, num espaço higienizado ou no exterior (preferencialmente) e não pode haver contacto físico entre família e idoso.
Nos lares, o impacto do isolamento é atenuado por profissionais especializados
O distanciamento é essencial para prevenir a propagação do coronavírus, mas pode ter um impacto negativo na saúde mental dos idosos. É por esta razão que a família deve falar com regularidade com os profissionais do lar, pois são estes que têm a real perceção do estado da saúde mental do idoso.
É, portanto, da responsabilidade dos profissionais dos lares e da família agir no sentido de acalmar os idosos, reforçando que o isolamento é para a sua própria segurança e a segurança de todos.
Idosos com demência são monitorizados para um diagnóstico precoce
As pessoas idosas com doenças crónicas associadas são, dentro do grupo de risco, aquelas que mais cuidados devem ter. Quando se trata de doenças como as cardíacas ou a diabetes, é muito importante a manutenção de toma de medicação adequada. Estas pessoas, caso sejam infetadas com Covid-19, estão ligadas às manifestações mais violentas da doença. Assim, a prevenção é mesmo a melhor política.
Quanto a idosos com Alzheimer ou demência, o acompanhamento por parte da família e dos profissionais deve ser também incrementado. Isto porque muitas vezes estes idosos se esquecem de adotar comportamento preventivo ou mesmo de lavar as mãos. É importante existir acompanhamento por parte de profissionais adequados para que todos os cuidados sejam tomados, favorecendo o seu bem-estar. Nos lares de idosos, têm um acompanhamento constante, não havendo esquecimentos de medicação ou descompensações, o que leva a que o risco seja muito mais controlado.
Lares promoveram a retirada de idosos da zona de maior risco: os hospitais
Os lares de idosos, apesar de terem sofrido muito com a pandemia de Covid-19, viram o seu valor provado. Os lares de idosos prepararam-se no início do surto, no Norte de Portugal, havendo medidas de contenção e planos de contingência ativados desde o momento em que a DGS entendeu necessário.
Em Portugal, os casos de infeção em lares de idosos está abaixo da média europeia, e bastante abaixo dos casos de infeção dos nossos vizinhos Espanha e França. A estratégia do nosso país visou essencialmente uma boa coordenação entre as unidades de saúde e as respostas residenciais. Foram feitos e seguidos à risca protocolos de comunicação entre estas entidades. Os testes de despiste à Covid-19 foram realizados em massa, sendo mais fácil assim identificar e tratar precocemente casos de infeção na população idosa.
Os profissionais de lares têm cuidados especiais para proteção dos idosos
A DGS foi compilando ao longo do tempo diretrizes fulcrais para o bem estar dos idosos em lar. As medidas tomadas pelos lares portugueses têm passado pela frequente higienização de espaços e controlo maior sobre as equipas de profissionais, que devem ser de equipas fixas e rotativas.
As equipas de profissionais foram consideradas Serviços Essenciais (a par das forças armadas e dos profissionais de saúde) no período de contingência máxima. Isto permitiu-lhes aceder a alguns apoios, por forma a que os cuidados dos idosos a seu cargo nos lares fossem a prioridade máxima. Equipas a funcionar em espelho e com turnos mais prolongados foram elementos-chave para diminuir as entradas e saídas do lar. Assim, os riscos para os idosos são em muito minimizados.