Como estão a ser retomadas as visitas em lares, na Europa?

Por Susana Pedro , 29 de Abril de 2020 Notícias


Estas últimas semanas, temos ouvido desejos de várias partes para que o país gradualmente volte ao normal. Temos vivido um período de maior recolhimento em casa, com a maioria dos estabelecimentos que frequentávamos fechados. As empresas em geral tiveram de rever os seus métodos de trabalho, promovendo o trabalho a partir de casa sempre que possível e racionando os restantes campos. 

Esta situação foi fruto de uma necessidade sem precedentes no mundo atual, mas não poderá ser mantida sem fim à vista. É importante, sim, controlar o surto de Covid-19, mas Portugal e os portugueses têm de voltar a funcionar.



Há quem estime uma reabertura tardia das visitas em Portugal


Numa primeira fase, os lares de idosos foram dos mais afetados. Toda a atividade teve de ser revista, desde as equipas de profissionais essenciais até à vida quotidiana dos utentes idosos. Já houve previsões, de diversas fontes, que estimam uma reabertura muito tardia das visitas nestas instituições, em Portugal. Mas os idosos não podem viver na corda bamba para sempre. Quando haverá normalidade, e o que será daqui para a frente a normalidade?

A segurança dos idosos continua a ser a prioridade

Os primeiros a abrir, como já foi avançado, serão as escolas e os pequenos negócios, como cabeleireiros, mas com novas regras. Sendo os idosos grande parte do grupo de risco deste novo coronavírus, é de esperar que as medidas nos lares de idosos e outras instituições de apoio continuem a ser apertadas até mais tarde.

António Costa referiu várias vezes que o regresso à normalidade não vai ser imediato e que, provavelmente, deverá continuar a existir distanciamento social durante largos meses. A vacina, embora esteja a ser desenvolvida, só estará disponível dentro de mais de um ano, pelo que todo o cuidado será pouco até essa altura.

Os idosos, que se viram privados de centros de dia e de convívio, alguns de apoio domiciliário, no entanto, não poderão ficar a aguardar até à vacina. A falta de atividades cognitivas e físicas, que eram promovidas nos centros de dia e de convívio, já dão de si. As famílias que tiveram de acolher estes idosos terão, eventualmente, de voltar à realidade do trabalho. Portanto, à semelhança de outros negócios, estes estabelecimentos terão de reabrir a visitas ainda antes do final do ano.



O funcionamento dos  lares de idosos não volta a ser igual

Sendo que se prevê que o distanciamento social e as máscaras faciais façam parte da nossa vida nos próximos meses, cabe às instituições ir gradualmente voltar ao normal funcionamento. Mas esse normal nunca será o normal de antes. Várias lacunas foram encontradas neste período de crise, e certamente valerá a pena pensar em rever algumas delas.

O reconhecimento da classe de assistentes geriátricas terá de ser posto em cima da mesa. Estamos a falar de pessoas que sacrificaram a sua vida pessoal e prol do bem maior dos idosos. 

É necessário criar Planos de Contingência para vigorar no futuro, caso haja outra situação de perigo para os idosos semelhante à Covid-19. Ainda que em geral a resposta dos lares de idosos tenha sido bastante ágil e produzido resultados visíveis, é necessário um plano onde tudo esteja descrito de forma a ser repetido e melhorado no futuro. As instituições de apoio a idosos não se fecharão sobre elas, mas tornar-se-ão mais seletivas. Muitos dos processos de higienização de espaços e de pessoas poderão continuar a existir de agora em diante.



Visitas reinventadas e com novas regras em lares na Europa


Em Bergen, na Noruega, durante os dias de bom tempo, poderá haver visitas ao ar livre, sem contacto físico entre idosos e familiares


Tratam-se essencialmente de visitas em que os idosos se deslocam ao exterior, a um jardim ou parque próximo do lar de idosos para ir ter com familiares. As distâncias de segurança são mantidas, não havendo qualquer contacto físico, para que não haja contágio pelo coronavírus. Estas visitas ficam, no entanto, vedadas a pessoas com mobilidade muito condicionada ou acamados, pois não se poderão deslocar ao exterior do lar de idosos. O que poderá ser feito para estes idosos, que não podem sair do seu lar?



Na Alemanha, a proibição de visitas cessa a partir de 1 de Maio, mediante medidas rígidas para manter a proteção aos idosos


As medidas de proteção à entrada dos lares de idosos na Alemanha incluem a medição da febre, a desinfeção das mãos e a proteção do nariz e da boca, com máscaras. Os visitantes só poderão entrar em determinadas áreas do lar, que serão higienizadas corretamente. Estas visitas terão de ser pré-acordadas, de acordo com um horário específico.

Também serão criadas em Burgenland as «salas de despedida» para que os familiares se possam despedir dos seus entes queridos que estejam em cuidados paliativos. Desta forma, pretende-se dar um pequeno consolo tanto aos idosos como às suas famílias, nos últimos momentos.



Qual é a realidade em Portugal?


​Tem sido uma prioridade dos lares de idosos continuar a promover proximidade entre os idosos e suas famílias, mesmo que a situação atual não permita visitas presenciais muito próximas. Mas os idosos começam a dar sinais de ansiedade, e todos os meios são válidos, desde que promovam a segurança de todos.


Ainda não havendo outras diretrizes, as videochamadas e os miminhos enviados pela família continuarão a ser os momentos de contacto nos próximos meses.



Vemos exemplos inspiradores de alguns lares, que tiveram ideias originais para criar momentos de visita, sem descurar a segurança dos idosos. Um bom exemplo desta situação é o da Casa do Povo de Ribeira do Neiva, que promoveu «visitas à varanda». Não sendo uma situação ideal, ainda assim traz algum consolo aos idosos que já não viam os seus familiares há várias semanas. Apesar de apenas se verem de longe, a emoção é notória e toda a ansiedade cimentada durante as últimas semanas se dissipa.

O que verificamos é que, a par de muita paciência, é preciso também alguma imaginação para conseguir que os idosos não se sintam tão sozinhos, ao mesmo tempo que estão em segurança no lar de idosos. Porque os lares, acabam por ser todo o suporte que estas pessoas têm, com maiores necessidades de apoio quotidiano.



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