4 Receios que afinal são benefícios na ida para um lar

Por Joana Marques , 23 de Junho de 2020 Idosos

 ​Os idosos têm vários medos, mas uma das coisas que mais os atemoriza é a ida para um lar, que representa uma grande mudança de vida. Quando confrontado com esta decisão, o seu familiar idoso pode sentir-se preocupado e ansioso. Os familiares estão numa posição ideal para explicar que esses receios são naturais, mas que a ida para um lar de idosos pode ser um passo muito positivo na manutenção da saúde e qualidade de vida.


Leia o nosso artigo e descubra quais são os 4 receios infundados mais comuns entre os idosos. Uma vez desmistificados estaremos a contribuir para o envelhecimento ativo e saudável.



Covid-19: um novo paradigma


Grupo de risco e vulnerável a infeções respiratórias, os idosos de hoje (e os do futuro) acrescentaram um novo medo à sua lista: o de viver em segurança em tempos de pandemia. Os lares de idosos porventura são percecionados como  suscetíveis ao desenvolvimento de surtos de doenças infeciosas por incluírem muitos idosos no mesmo espaço físico.



A Covid-19 introduziu novas rotinas, o conceito de confinamento e o uso de dispositivos de proteção pessoal, como máscaras.



A Covid-19 tem sido disruptiva para os idosos, pois introduziu novas rotinas, o conceito de confinamento e a utilização obrigatória de material de proteção pessoal. Durante o período mais restritivo desta pandemia, a saúde mental dos mais velhos foi fortemente impactada devido às múltiplas emoções originadas pela doença.

Este tipo de situações de crise debilitam física e psicologicamente os idosos. Uma boa comunicação será essencial para ajudar o seu familiar idoso a ultrapassar o medo de ir para um lar em tempos de pandemia. Fale com ele e explique-lhe as condições de segurança e higiene a que os lares tem de assegurar aos seus residentes.


Os lares estão muito bem preparados: têm planos de contingência, meios de proteção adequados e funcionários treinados para minimizar os riscos de contração da doença.



Neste momento, os lares de idosos são testados frequentemente, pelo que acabam por ser mais controlados que as casas individuais. O período de quarentena à entrada de novos utentes e as restrições de visitas acabam por mostrar as normas rígidas a que estas instituições estão sujeitas.



Os 4 receios infundados mais comuns entre os idosos na ida para um lar


1 - Vou perder a minha independência e liberdade


    A mudança para um lar não implica que o idoso abdique da sua liberdade, que não é dissociável do processo de envelhecimento e não é independente da manutenção das suas capacidades físicas e mentais. 



    Desmistifique a ideia de que um lar pode ser uma prisão. As regras, rotinas e horários são para seu próprio benefício e nínguem o pode impedir de sair, receber visitas ou regressar a casa.



    Em algumas situações a institucionalização atribui alguma independência ao idoso, que passa a ter à sua disposição um leque diversificado de ajudas que garantem o seu bem-estar físico e psicológico, o que se traduz em mais tempo livre para fazer o que realmente quer e gosta.



    Ao ter assistência 24 horas por dia e acesso a cuidados médicos e de enfermagem, o idoso deixa de ter que suportar sozinho a manutenção da sua saúde e bem-estar no seu dia-a-dia.



    Reforce que a institucionalização tem como objetivo preservar ao máximo a autonomia do idoso, algo que é conseguido se os seus desejos e necessidades forem tidas em conta, desde que estejam reunidas condições segurança.


    Se este for um medo do seu familiar idoso, tranquilize-o realçando o facto de que um lar também pode ser um sítio onde o que ele quer é respeitado e que ter ajuda não significa perda de liberdade ou independência, mas sim uma vivência mais confortável e integrativa.



    2 - Vou perder a minha privacidade e individualidade


      Regra geral, se pudesse optar, o idoso preferia ficar em casa do que ir para um lar. No entanto, um lar pode ser um sítio onde o idoso se sente confortável, seguro e no qual pode construir novas vivências e memórias. Existem lares e residências que disponibilizam apartamentos e quartos individuais.


      A reserva pela vida privada e o reconhecimento da individualidade própria são dois dos direitos dos idosos reconhecidos por lei. 



      Mesmo que divida um quarto com outro utente, o idoso pode sempre personalizar o seu espaço com fotografias de família, livros preferidos e outros pequenos objetos de decoração trazidos de casa ou oferecidos por familiares e amigos. É possível que o idoso receie deixar de ser a pessoa que era antes da entrada para o lar e de que a institucionalização implique abandono, separação, solidão e sofrimento.



      Os lares de idosos respeitam os gostos e história de vida de cada residente, decisões que não comprometam a sua segurança e necessidades individuais.



      No entanto, lembre o seu familiar idoso de que está à distância de um telefonema ou de uma visita e que esta poderá ser uma boa oportunidade para fazer novas amizades e construir novas memórias, que o vão enriquecer emocional e socialmente, sem que seja obrigado a abdicar dos seus valores, crenças e desejos.



      3 - Vou passar a viver no meio de estranhos


        O medo de passar a viver entre desconhecidos deve ser combatido desde início, pois a entrada para um lar vai implicar a convivência em grupo. Uma forma de combater este medo é explicar ao seu familiar idoso que alguns desses estranhos se podem transformar em amigos e companheiros de jornada.



        O idoso deve sentir que o ingresso num lar ou residência pode ser excelente uma forma de combater a solidão e que os estranhos em breve se podem transformar em novos amigos.



        Incentive o seu familiar idoso a pensar na ida para o lar como uma oportunidade de socializar com outras pessoas da mesma faixa etária, com as quais terá muitas coisas em comum. Além disso, é uma excelente maneira de aumentar a auto-estima e combater a ansiedade e os pensamentos negativos.


        Este é também o medo de não se adaptar a um lugar estranho, onde tudo é diferente e novo. Por isso, na fase de adaptação, é conveniente que a família esteja presente e disponível. Ao ir para um lar, o idoso vai ser afastado das suas rotinas e atividades diárias, pelo que de início poderá precisar de mais carinho e atenção dos seus familiares, para que não se sinta completamente desamparado.



        4 - Vou ficar aborrecido e envelhecer mais depressa 


          Este é um dos maiores medos (e mitos) dos idosos e que resume bem todos os outros medos já mencionados. Mesmo que o idoso já se sinta sozinho e isolado em sua própria casa, há sempre a tentação de pensar que a institucionalização é um “mal maior”, porque associa essa transição ao início do fim da sua vida.



          A ida para o lar deve ser entendida como o início de uma nova vida com sentido, mais confortável, ativa e acompanhada.



          Por si só, a solidão e o isolamento têm um grande impacto na saúde física e psicológica dos idosos. Estes sentimentos ocorrem independentemente de o idoso estar em sua casa ou num lar, pelo que uma forma de combater este medo de envelhecer mais depressa é evidenciar as atividades que a instituição oferece e as diversas formas como o idoso se pode entreter em contexto de lar.


          Hoje em dia, existe uma vasta oferta de tipologias e atividades em lar, consoante as necessidades, gostos e desejos dos mais velhos.



          Os medos devem ser substituídos pela perspectiva de que a mudança para um lar se traduz numa vida mais preenchida, estimulada, acompanhada e livre de preocupações. Não deixe que o seu familiar idoso fique preso à ideia ultrapassada de que os lares são sítios de dependência, falta de autonomia e esquecimento. Este é o principal mito e entrave ao desenvolvimo destas instituições.


          É certo que o idoso terá que fazer cedências e submeter-se a regras e horários que não existem na sua casa. No entanto, atualmente, as equipas dos lares e residências estão cada vez mais alerta para a importância do envelhecimento ativo, que é também uma política de saúde pública, pelo que o idoso não tem nada a recear!



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