3 Razões para não ter medo da Covid-19 hoje em lares de idosos
Por Susana Pedro , 18 de Maio de 2020 Lares e Residências
Esta semana fica marcada pela retoma de visitas de familiares em lar de idosos. A DGS elaborou um conjunto de normas a ser seguidas para que os idosos institucionalizados não fiquem mais tempo sem receber visitas.
Muitos idosos precisam de facto de apoio, e as famílias lentamente voltam lentamente a ter uma vida laboral preenchida, com a abertura das creches e recomeço das aulas dos mais pequenos. No entanto, muitos continuam a adiar. Mas há algumas razões para não ter medo da Covid-19 em lares agora, veja neste artigo quais são.
Turnos de auxiliares geriátricas foram reforçados
Um dos maiores medos das famílias é a falta de profissionais disponíveis para cuidar dos seus familiares. Com toda a pandemia de Covid-19, os profissionais e os lares de idosos foram postos à prova.
A DGS emitiu diversas recomendações para reduzir o pessoal que está em contacto direto com o maior grupo de risco: os idosos. As equipas são fixas e têm turnos alargados.
Foram tomadas medidas de forma a que as assistentes geriátricas assegurem o trabalho de forma mais eficiente, sempre com as mesmas equipas e minimizando assim o risco de contágio para os idosos institucionalizados. Apesar de isto parecer fragilizar o sistema de apoio dos lares, as normas da DGS pretendem assegurar sempre os cuidados dados pelos profissionais presentes.
Por cada equipa em ação no lar, as diretrizes da DGS determinam que haja outra equipa em casa, em isolamento profilático: são as chamadas equipas de segunda linha. Estas estão disponíveis para entrar em cena caso haja algum problema.
As assistentes geriátricas têm diretrizes muito específicas para se proteger e desinfetar, protegendo assim os idosos que apoiam.
A rotatividade sendo menor e os turnos mais extensos asseguram a segurança dos idosos que residem no lar. Todas as assistentes geriátricas têm diretrizes para medir a sua temperatura várias vezes durante o trabalho, fazendo-o no mínimo à entrada e saída do turno, e todos os possíveis sintomas são reportados, para segurança de todos.
Caso haja algum caso suspeito, todos são testados, de forma a prevenir um foco de infeção e a diminuir assim os riscos tanto dos funcionários como dos idosos residentes. Grande parte dos lares a nível nacional já fizeram rondas de testes à Covid-19.
A higiene dos lares está cada vez mais apertada
Em linha com estas normas para os funcionários de lares de idosos está também um protocolo de higienização das pessoas e espaços. De forma a combater a Covid-19, todos os espaços têm uma limpeza muito frequente.
Quando ocorram casos confirmados de Covid-19, a limpeza e desinfeção do lar devem ser asseguradas por uma empresa técnico-profissional especializada.
Da Orientação 014/2020 de 21/03/2020, publicada pela DGS, pode ser salientada a limpeza de superfícies como os puxadores das portas, que é feita no mínimo uma vez por hora com um detergente/desinfetante de rápida ação.
A limpeza de superfícies como maçanetas é feita no mínimo uma vez por hora e a limpeza do chão é seguida de uma segunda passagem com lixívia diluída.
A limpeza do chão também é muito rígida, exigindo uma passagem com água quente e detergente comum, seguido de uma segunda passagem com lixívia diluída. Os produtos a usar são os detergentes anteriormente já utilizados, a lixívia com pelo menos 5% de cloro livre na forma original e o álcool a 70%.
Sempre que possível, os materiais descartáveis, como panos ou toalhetes, são dispensados logo após a sua utilização.
Tudo o que tem de ser reutilizado, como esfregonas e baldes, deve estar etiquetado para que zona é utilizado e ser corretamente desinfetado no fim de cada utilização. A higienização dos espaços deve ser feita de forma rigorosa e frequente, pelo que não haverá local mais seguro para os idosos que um lar que siga as recomendações da DGS.
Todos os têxteis, como roupa de assistentes geriátricas e idosos, roupa de cama ou toalhas, são lavados no lar a temperaturas elevadas.
A higiene dos funcionários e residentes dos lares de idosos também é uma prioridade. A roupa utilizada tanto pelos residentes como pelos profissionais, sempre que possível, deve ser lavada com um programa a quente, com temperatura de 70 a 90ºC. O tratamento da roupa é feito nas instalações do lar. A loiça utilizada deve seguir tratamento semelhante, sendo lavada na máquina de lavar com um detergente doméstico e temperatura elevada (80-90ºC).
As entradas e saídas de pessoas são todas monitorizadas
As visitas de familiares dos idosos serem retomadas foi uma pequena vitória, mas cabe ao lar continuar a assegurar a segurança dos idosos que tem a cargo. Assim sendo, limita-se a um máximo de uma visita semanal de até 90 minutos por utente. A visita acontecerá num local desinfetado para este efeito, mantendo a distância social e não podendo haver toque físico entre idosos e familiares.
O distanciamento social é regra para todos, desde os fornecedores ou funcionários de lar até aos próprios idosos, e às visitas de familiares.
Estas medidas são necessárias para não se criar focos de contágio inadvertido e proteger de facto os idosos, que são mais vulneráveis. Todas as entradas e saídas do lar são monitorizadas, para além das visitas, as das assistentes geriátricas, dos fornecedores ou dos próprios idosos, por exemplo para consultas. As medidas da DGS devem ser estritamente cumpridas para que o bem-estar e saúde dos idosos institucionalizados seja mantido, e não devem ser razão para um idoso não ser institucionalizado.
Ninguém entra no lar sem estar devidamente higienizado e equipado com dispositivos individuais de proteção, como máscaras. Os circuitos de fornecedores são próprios, à parte dos utilizados pelos idosos residentes.
O bem-estar dos idosos já institucionalizados é garantido, através dos testes generalizados à Covid-19 a que temos vindo a assistir nas últimas semanas. Assim como o bem-estar dos idosos que são admitidos agora, pois existem medidas redobradas para garantir que todos estão de boa saúde e sem sintomas de infeção respiratória. Estes utentes que são institucionalizados durante a pandemia têm um período de 14 dias em isolamento, para garantir que não há riscos de Covid-19 para os restantes idosos.