Doença de Parkinson: Cuidados oferecidos em lares de idosos

Por Sónia Domingues , 02 de Agosto de 2024 Dependência

Muitos residentes em lares de idosos sofrem da doença de Parkinson, uma patologia que afeta 20 mil portugueses, segundo a estimativa desenvolvida pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. 

A doença neurodegenerativa afeta, sobretudo, pessoas com mais de 60 anos e, apesar de ainda não se ter descoberto a sua proveniência, suspeita-se que subsistam fatores genéticos e ambientais na sua origem. Pela sua natureza gradual e debilitante, os portadores de Parkinson necessitam, ao longo do tempo, de mais cuidados de saúde e vigilância. Desta forma, um lar de idosos de qualidade revela-se como a resposta mais adequada para os idosos que sofrem desta doença. 

Neste artigo, vamos compreender a doença de Parkinson, as principais necessidades dos idosos que sofrem desta doença e o porquê de um lar de idosos conseguir oferecer uma maior qualidade de vida a estes idosos.



A descoberta da doença de Parkinson


A doença de Parkinson foi inicialmente descrita pelo médico inglês James Parkinson, no seu ensaio “An Essay on The Shaking Palsy”, em abril de 1817, que expôs os sintomas vividos por seis pacientes.

Os principais sinais em comum entre os doentes consistiam em tremores involuntários incessantes e na perda de massa muscular. No entanto, a publicação foi subestimada, apesar da sua abundante e brilhante contribuição para a evolução da geologia e paleontologia na época. Após um século, o neurologista francês Jean-Martin Charcot, ao pesquisar sobre o tema, retirou a publicação da obscuridade e acabou por denominar esta doença com o nome de Parkinson, em homenagem ao médico que primeiro a descreveu.

Hoje em dia, a doença de Parkinson é amplamente conhecida e estudada por médicos e cientistas que procuram a evolução e a inovação nos tratamentos clínicos.



Os principais sintomas de Parkinson no idoso


A doença de Parkinson tem sinais e sintomas que devem ser vigiados para que seja diagnosticada atempadamente e tratada, de forma a garantir o bem estar do idoso. Se não for diagnosticada a tempo e corretamente, pode representar a progressão mais acelerada da doença e impedir que seja controlada. Assim, a família deve estar atenta a sintomas como:

  • Tremor em repouso: O idoso tem tremores involuntários, que geralmente começam nas mãos e vão progredindo para outras partes do corpo. Este sintoma ocorre em cerca de 70% dos portadores da doença e agrava-se em situações de ansiedade;

  • Prolongar de movimentos e expressões: O idoso move-se mais devagar, tem falta de expressão facial, os seus reflexos são mais lentos, o movimento de piscar de olhos diminui, entre outros;

  • Rigidez muscular: O idoso tem dificuldade em passar de uma posição passiva à ativa, como na movimentação de um braço ou no início da locomoção;

  • Desequilíbrio ou alterações na marcha: O idoso move-se de forma diferente, com pequenos passos ou a arrastar os pés. Pode existir uma curvatura atípica na coluna;

  • Distúrbio cognitivo: O idoso tem perdas de memória e não consegue focar a sua atenção;

  • Alterações emocionais: O idoso tem estados de apatia, não sente alegria nas atividades que anteriormente lhe davam gosto realizar, tem ansiedade e depressão;

  • Tensões alteradas: O idoso pode sofrer de quedas de tensão abruptas quando se levanta;

  • Disfunção urinária: O idoso pode sofrer de incontinência ou ir mais vezes à casa de banho do que o habitual:

  • Disrupção dos padrões de sono: O idoso pode ter sonolência diurna, distúrbio do padrão de sono REM, insónias, pesadelos ou sonhos muito intensos;

  • Alterações no trato gastrointestinal: O idoso tem falta de apetite, obstipação e dificuldade na deglutição.



O diagnóstico de Parkinson

Diagnosticar a doença de Parkinson é um ato médico complexo, que envolve exames neurológicos, análises ao sangue, testes genéticos e avaliação dos sintomas. Torna-se importante salvaguardar que existem diversos sintomas que são comuns a outras doenças e que podem induzir em erro. Desta forma, apesar de existirem alguns sintomas pouco habituais, a doença não pode ser diagnosticada de ânimo leve. As patologias mais comuns que partilham sintomatologia com o Parkinson assumem-se como os parkinsonismos atípicos, demência de corpos de Lewy, demência frontotemporal e tremor distónico.



A progressão natural da doença na pessoa idosa com Parkinson


A doença de Parkinson inclui-se nas mais de 60 patologias neurodegenerativas que afetam os neurónios (as células que constituem o cérebro humano) permanentemente. Estima-se que a doença de Parkinson, em conjunto com o Alzheimer e a doença de Huntington, seja uma das doenças mais responsável por grande parte dos diagnósticos de demência, no mundo. Esta condição manifesta-se através do declínio progressivo da função cognitiva, que compreende a perda de memória, a deterioração da agilidade mental e a perda gradual das funções executivas.

A degeneração contínua dos neurónios faz com que a condição do idoso que sofre de Parkinson se deteriorize, na medida em que o mesmo perde capacidades e funções que não são recuperáveis. Em alguns casos, a Terapia de Estimulação Cerebral Profunda poderá reverter alguns sintomas. A medicação e as cirurgias existentes para o tratamento da doença podem, apenas, abrandar a progressão da mesma. 

Um lar de idosos de qualidade, devido à crescente dependência destes idosos, assume-se como a melhor resposta para estas situações, uma vez que oferece os cuidados de saúde necessários para dar uma resposta efetiva a estes casos.



Os 5 estágios da doença de Parkinson


​Tal como acontece com outras doenças neurodegenerativas, a condição dos idosos que sofrem de Parkinson vai deteriorizando-se ao longo do tempo. Os idosos mais frágeis ou com doenças associadas são mais propensos a uma progressão negativa mais rápida. A condição clínica do paciente com Parkinson deve ser alvo de revisão periódica, para que se ajuste aos tratamentos, sempre que se julgue necessário.

Mas, mesmo tendo vigilância médica apertada, a deterioração do idoso é contínua e passa, habitualmente, por cinco estágios:


  • Estágio Inicial: O idoso apresenta sintomatologia ligeira, com o tremor apenas a verificar-se de um lado do corpo. Começa a verificar-se algumas alterações posturais ou faciais e perda de equilíbrio. Nesta fase, a realização de atividades diárias e autonomia do idoso ainda não são afetadas pela doença.

  • Estágio Bilateral: Os sintomas agravam-se e estendem-se ao outro lado do corpo. A fala começa a arrastar-se e a ter um menor alcance. A locomoção é mais lenta e pesada e funções simples como levantar ou deitar são cada vez mais difíceis de executar. O idoso ainda pode ter a sua autonomia, mas começa a apresentar cada vez mais dificuldades.

  • Instabilidade moderada: Este estágio é caracterizado pela lentidão e perda de equilíbrio do idoso. O seu estado de saúde piora e tarefas como vestir-se sozinho ou alimentar-se revelam-se complexas de realizar. O idoso perde reflexos e, em conjunto com a perda de capacidade de andar em linha reta ou ficar em pé sem descair para um dos lados, as quedas são mais comuns e frequentes. 

  • Instabilidade postural grave: A doença é cada vez mais incapacitante e, neste estágio, o idoso não consegue ficar em pé sem apoio. Caminhar e outras atividades diárias já são impossíveis de realizar sem apoio técnico ou de uma terceira pessoa. A nível cognitivo é possível perceber com maior intensidade as limitações provocadas pela doença.

  • Totalmente dependente: No quinto e último estágio da doença de Parkinson, o estado de saúde do idoso já está altamente comprometido. Depende de terceiros para todas as atividades e já não consegue caminhar nem permanecer em pé. A rigidez dos músculos limita muito os movimentos do idoso, que já se encontra acamado ou dependente de uma cadeira de rodas. A barreira que se impôs em termos cognitivos é totalmente perceptível e gera uma dependência total. O idoso poderá apresentar diversos sintomas colaterais da medicação, sendo que, neste estágio, as alucinações são comuns.



​Cuidados em lares de idosos que ajudam a retardar a evolução do Parkinson


​​Tal como foi referido anteriormente, um lar de idosos de qualidade constitui a resposta que mais se adequa ao idoso com diagnóstico de Parkinson. Os cuidados necessários para retardar a progressão da doença confirmam a importância deste tipo de instituições, desde que as mesmas estejam devidamente legalizadas e que sejam reconhecidas pela qualidade dos serviços que prestam aos residentes.

Para além das terapias farmacológicas, que deverão ser tomadas com rigor, existem alguns cuidados a ter que poderão retardar o aparecimento ou o agravamento de alguns sintomas, tais como:

  • Acompanhamento médico regular: Os idosos deverão ser alvo de um escrutínio médico regular, que assegure a dosagem apropriada e a adaptação da medicação, ao longo da progressão da doença. O acompanhamento médico regular é apropriado para indicar tratamentos alternativos, tais como cirurgia ou Terapia de Estimulação Cerebral Profunda.

  • Terapias complementares: Existem diversas terapias que podem protelar o aparecimento ou o agravamento de alguns sintomas que, habitualmente, fazem parte dos serviços complementares do lar de idosos, tais como: a fisioterapia, a terapia da fala e terapia ocupacional. Estes tratamentos influenciam positivamente o estado de saúde e a qualidade de vida generalizada do idoso diagnosticado com Parkinson.

  • Adaptação do meio ambiente: De modo a estimular e a prolongar a autonomia do idoso, aconselha-se a adaptação do meio ambiente com ajudas técnicas, casas de banho adaptadas e mobiliário adequadamente posicionado. 

  • Apoio emocional: Numa altura em que enfrenta uma doença neurodegenerativa que não tem cura e que assiste ao agravamento da sua condição física e mental, o idoso carece de apoio emocional, não apenas da sua família, mas também de profissionais competentes e habilitados para responder aos cuidados de saúde mental adequados a cada estágio da doença. 

  • Apoio diário profissional: Para dar resposta às necessidades do idoso com Parkinson, é crucial que este tenha o apoio necessário e competente, que lhe permita manter a maior autonomia por mais tempo. O idoso sente-se mais confiante a realizar tarefas quotidianas, se se sentir seguro. Um cuidador experiente sabe como dar a assistência necessária para que o idoso se sinta confortável e com a autonomia possível na concretização de atividades essenciais para o seu dia-a-dia, como vestir-se, alimentar-se ou caminhar, principalmente nos primeiros estágios da doença.

  • Atividade física regular: Para promover a manutenção dos movimentos por mais tempo e contrariar, dentro do que for possível, a rigidez muscular, a realização de atividade física é elementar, porque estimula a memória muscular, assim como beneficia o tónus muscular. 



Os lares são pilar de segurança para as famílias na prestação de cuidados ao idoso com Parkinson


Existem cada vez mais avanços para encontrar uma resposta de tratamento e intervenção médica inicial, que trave a progressão da doença. Existem avanços e novas terapias inovadoras, como a Terapia de Estimulação Cerebral Profunda, que pretendem controlar a doença, altamente debilitante. 

Hoje em dia, a doença de Parkinson continua a ser causadora da dependência de milhares de pessoas, em especial de idosos. Compreensivelmente e perante a progressão da doença, as famílias recorrem a lares de idosos competentes e habilitados para responder às necessidades crescentes dos idosos com Parkinson. Apenas os lares podem dar acesso a cuidados médicos, assistência e vigilância 24 horas por dia, assim como garantir os estímulos físicos, cognitivos e promover terapias fundamentais para os idosos com Parkinson.
Quando as famílias fazem uma escolha segura e informada de um lar de idosos, estão a assegurar que o idoso está confortável, seguro e que mantém a qualidade de vida por mais tempo.



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