Desvendando o trabalho das auxiliares em lar de idosos
Por Daniel Carvalho , 25 de Setembro de 2019 Idosos
No acolhimento residencial em lar de idosos, um idoso deve sentir-se como estivesse em sua casa, apenas com características e formas de organização diferentes.
Os seus elementos não são apenas os que nela residem, mas todos os que contribuem para a sua existência e desenvolvimento, ou seja, colaboradores remunerados e voluntários, diretores e familiares. Todos contribuem para aquilo que é o estádio de harmonia no lar.
Na combinação dos esforços com o propósito de acolher em regime de lar um conjunto de idosos destacamos um papel muito especial: as auxiliares de geriatria.
A geriatria, um sector emergente
Com o aumento do número de idosos, emerge também o aumento de respostas sociais. Esta adaptação do país às caraterísticas da nova população é morosa e no decorrer do processo muitas fragilidades se elevam.
Por falta de capacidade ou conhecimento dos cuidadores, as necessidades dos idosos não são compreendidas. A qualidade de vida, em muitos casos, diminui à medida que a idade aumenta. A falta de cuidados e os maus tratos para com os idosos têm se tornado recorrentes, bem como situações de solidão.
Este processo pode culminar no surgimento ou no agravamento de doenças mentais, como a depressão e a demência, e na necessidade de manter a qualidade de vida dos idosos.
A primeira abordagem com o idoso
Neste campo, entra o papel fundamental dos auxiliares de geriatria. São eles os responsáveis pela primeira abordagem com o idoso e são também os porta-voz das suas carências.
A sua missão passa por garantir o bem-estar do idoso. O relacionamento do dia-a-dia permite-lhes um conhecimento detalhado das suas necessidades e, portanto, garantir que são tidas em conta. No fundo, são os principais responsáveis por manter a qualidade de vida dos idosos no momento em que dão entrada em lar.
Em qualquer organização, os recursos humanos constituem um papel fundamental para o seu sucesso. Pela natureza do serviço prestado em lar e pelas caraterísticas dos seus utentes, os recursos humanos passam a ter um carácter decisivo no cumprimento da sua missão.
O factor humano e a qualidade dos cuidados
Um lar trata-se dos poucos negócios onde o fator financeiro recai para segundo plano. Todo o trabalho desenvolvido ultrapassa a mera obtenção de lucro, na medida em que implica respeito, empatia e afeto pelo bem-estar do idoso.
As qualidades dos cuidados prestados estão diretamente ligados à competência humana dos auxiliares de geriatria. Assim, para além das suas capacidades técnicas ou académicas, devem ser igualmente valorizadas características pessoais como a sensibilidade, a disponibilidade e a capacidade natural para prestar cuidados a pessoas com algum tipo de debilidade.
Assim, quando caraterizamos o valor de um auxiliar geriátrico não estamos a falar necessariamente da sua formação académica, mas sim da sua capacidade técnica e qualidade humana para assegurar o respeito pelos direitos dos idosos e o seu bem-estar.
A responsabilidade e o impacto na vida pessoal
A remuneração é reflexo daquilo que é o salário mínimo nacional, algo que não se adequa àquilo que é a exigência e a responsabilidade do cargo. Estamos a abordar uma atividade desenvolvida por turnos, onde a limitação de cada profissional em termos pessoais torna-se um ponto negativo.
Assim, este conjunto de caraterísticas associadas à profissão de auxiliar geriátrico tornam-se um obstáculo no desenrolar das atividades do dia-a-dia. Por este motivo, os níveis de motivação nem sempre são os melhores e no fim de contas quem sai prejudicado é o idoso.